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One of the world's oldest civilizations bequeathed hieroglyphics that only in the modern age has been translated. Many monuments in Egypt have hieroglyphic texts that hark back to the ancient world. (By scribe Valdemir Mota de Menezes)
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Como estavam organizados os sinais hieroglíficos ?
A escrita hieroglífica continha três categorias de sinais:
Fonogramas - representam sons, e correspondiam a uma, duas, ou três consoantes. Constituem a base de toda a gramática egípcia. Existem três classes de fonogramas.
Monoconsonantais - com uma única consoante. Ver alfabeto.
Biconsonantais - com duas consoantes. Eis alguns exemplos:pr
gb
ir
mn
Triconsonantais - com três consoantes. Exemplos:anx
xpr
HAt
rwD
Ideogramas - sinais sem valor fonético, que correspondem a uma ideia completa. Muitas vezes a palavra a que correspondem define literalmente um determinado objecto ou ser animado, sendo neste caso chamados de logogramas, escrevendo-se seguidos de um traço adjunto. Por exemplo:
ra sol, dia
ib coração
pr casa
Determinativos - são uma extensão não-fonética dos ideogramas, sendo colocados no final de cada palavra hieroglífica. Esclarecem a categoria a que pertence a palavra que lhes é imediatamente precedente. São exemplos:
pessoa, nome de pessoa
comer, pensar, beber, falar
casa, edifício
deserto, montanha, terra estrangeira
Como se pode verificar, vários sinais são simultaneamente logogramas e fonogramas. Consequentemente, a escrita hieroglífica era uma combinação destes três tipos de sinais.
Quanto à orientação da escrita, esta efectuava-se na horizontal ou na vertical, e os hieróglifos podiam-se ler a partir da esquerda ou da direita, mas nunca de baixo para cima.
Existiu um alfabeto ?
Um alfabeto é um conjunto de sinais seguindo uma ordem específica, que representam os sons unitários - fonemas - na escrita da língua usada por um povo em uma determinada época.
Não se pode dizer que os egípcios usavam o alfabeto na sua escrita, pois combinavam vários tipos de hieróglifos entre si, e apesar de muitos deles serem fonéticos, eram frequentes os hieróglifos que correspondiam a mais do que uma consoante. No entanto, para efeitos práticos podemos isolar alguns hieróglifos que correspondem a fonemas isolados, formando assim uma espécie de alfabeto. Esta percepção virtual de um alfabeto facilita obviamente a criação de listas de palavras no estudo da antiga língua egípcia.
Um pouco de gramática egípcia...
Seria impensável ensinar aqui a gramática egípcia, tal é o seu tamanho e complexidade, principalmente no sistema verbal. No entanto, é possível ilustrar através de simples exemplos as relações entre os vários elementos de uma oração básica. A imagem abaixo é um desses exemplos, e representa uma construção verbal simples, usando a regra VSO (Verbo-Sujeito-Objecto). Uma imagem vale por muitas palavras, e a seguinte imagem demonstra de forma simples alguns alguns pontos essenciais da gramática do Egípcio Médio, a fase clássica da língua egípcia.
A mulher local ouve o crocodilo infeliz
Palavra | | | | | | |
Transliteração | iw | sDm | st | niwtyt | msH | mAir |
| 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 |
1 - partícula de introdução iw
2 - verbo triconsonantal sDm 'ouvir'
3 - substantivo feminino st 'mulher'
4 - adjectivo feminino niwtyt 'local'
5 - substantivo masculino msH 'crocodilo'
6 - adjectivo masculino mAir 'infeliz'
Que eram os cartuchos ? E os serekhs ?
O cartucho seguia a orientação geral da escrita hieroglífica, e os seguintes exemplos demonstram-no com o prenomen do faraó Tutmosis III.
Figura 1a - Cartucho horizontal
Figura 1b - Cartucho vertical
Os primeiros faraós não escreviam o seu nome num cartucho, mas antes no serekh (srx), uma estrutura rectangular encimada pelo deus-falcão Horus (figura 2). Representava a fachada do palácio real, dentro da qual se inscrevia o Nome-de-Horus do faraó. Este título real era uma combinação do nome de trono do faraó com vários epítetos que o relacionavam com o deus-falcão Horus ou outros deuses.
Figura 2 - Ilustração de um serekh do rei Tutmosis I da 18.ª dinastia e fotografia
de uma estela com o serekh do rei Djet da 1.ª dinastia (Museu do Louvre, Paris)
Conhecem-se serekhs de reis de dinastias posteriores ao Período Pré-Dinástico, mas deixaram de ser frequentes durante o Império Antigo, e a preferência passou a ser o uso do cartucho em todas as inscrições monumentais e oficiais.
Pode consultar aqui vários nomes reais de faraós com os seus cartuchos e serekhs.